Tem certeza que o corpo é seu?

“Primeiramente, fique fragilmente nua.
Depois ouse debruçar-se sobre sua nudez diária até
percebe-se do modo mais realista e belo possível.
Agasalhe-se de você.
Perceba-se que você é como uma flor que caminha.
Agasalhe-se mais de você.
Escreva sobre isso sob a forma de uma crônica.
Perceba que escreveu sobre uma pétala de você.
Crônicas suportam pétalas;
Assim, como o nosso eu só da conta das pétalas da vida.”

Márcia Baranek

Será que nós mulheres conhecemos o nosso corpo? Será que sabemos o que nos proporciona prazer?

Ainda hoje muitas mulheres desconhecem seu corpo, muitas acreditam que são plenas em seu prazer e não se dão conta que o desconhecem, não percebem que estão limitadas e que o que consideram como plenitude nada mais é que uma barreira “invisível” que as impedem de ir além. E não digo ir além no prazer sexual, o que quero dizer é ir além na vida e em todas as relações que isso representa, começando por si mesmas.

A busca pela igualdade e liberdade é um bebezinho ainda. A maioria das mulheres foi diretamente educada ou recebeu influências de uma educação para o lar, sem muita abertura para falar sobre sexo, a masturbação feminina e o corpo vistos como algo se falar baixinho.
 

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Foto: Neto Macedo

 
Todos esses tabus geram falta de conhecimento e de autoestima. Quantas mulheres ainda hoje tratam o sexo como um assunto tabu, mesmo quando casadas sentem medo ou vergonha de expor ao marido como gostam de ser acariciadas ou qual posição sentem mais prazer ou falar de suas fantasias sexuais.

São receios que interferem na vida sexual, no relacionamento entre casais e o pior: na forma engessada de se olhar.
Somente abordando a sexualidade feminina com naturalidade, e rompendo com conceitos machistas que são herança de uma sociedade patriarcal, é que a mulher realmente vai ser livre desses preconceitos e vai passar a desenvolver melhor sua sexualidade, e conhecer e amar seu próprio corpo.

Desejamos a igualdade e ainda temos preconceito com nosso próprio corpo, nossa sexualidade, nosso orgasmo, nosso prazer…
Amar-se é acolher-se por completo, aceitar-se e permitir-se sustentar o direito de ter prazer. Prazer com o corpo, prazer pela existência, prazer pela vida.

 

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