Hoje a gente vai começar com uma história que eu ouvi e eu adorei. O cara foi no médico reclamar para o médico que a esposa era surda. Eu ainda não tinha escutado de repente é uma história antiga. Mas, eu achei muito significativa. Ele vai e reclama que a esposa está surda. Que ele fica tendo que falar um monte de vezes as mesmas coisas e a esposa não escuta. Aí o médico diz pra ele fazer um teste. Chegar em casa e dá uma distância e falar uma frase para ela, ir se aproximando para ver em que distância ela consegue ouvir.

Ele resolve fazer isso na hora do jantar, se coloca 20 metros e pergunta “O que nós temos para o jantar?” Ela nada. Ele se aproxima 15 metros, “O que nós temos para o jantar?” Nada. 10 metros de distância dela… “O que nós temos para o jantar?” Nada. Três metros de distância dela, “O que nós temos para o jantar? Nada. Um metro de distância dela, “O que nós temos para o jantar? Ela diz: “Nossa, eu já respondi isso para você cinco vezes. É isso, isso e isso.” Quem estava surdo era ele, achando que era ela que estava surda.

Gente, isso é muito importante. Da mesma forma que a gente, às vezes, dá poder ao outro, dizendo que o outro é responsável porque a gente está sofrendo. Da mesma forma, às vezes, a gente lança críticas ao outro e sem perceber que a raiz de toda essa crítica está em nós. Muitas vezes como mecanismo de defesa, muitas vezes como raiva, muitas vezes porque a gente não consegue olhar para algum defeito que a gente tem… A gente espelha no outro. Quando a gente fala aqui, de espelho, a gente não está falando só do que o outro espelha em nós. A gente também espelha o outro.

E a gente precisa olhar para isso com muito carinho. Porque isso, muitas vezes, é a raiz de destruição de vários relacionamentos. Quando você não tem um amor. Quando você não tem um carinho de olhar para esse relacionamento, uma compaixão para olhar para o outro, você parte para crítica. De que o outro é isso, de que o outro é aquilo, sem perceber que, às vezes, você tá magoado. Você tá todo bagunçado. E aí você está mais sensível, e qualquer coisa que o outro faz você acha que o problema do outro. Isso tem duas questões envolvidas.

Primeiro, você joga para o outro, uma coisa que não pertence a ele. E segundo, você deixa de olhar onde a questão está, que é dentro de você. Você precisa cuidar de você. Se você acha que o problema está no outro, você não olha para você. Você não cuida de você. Essa ferida, esse machucado, essa dor, esse descontentamento ele só cresce. Aí você arruma outro e outro e outro, e o problema está sempre no outro, será? Será, que não está faltando você olhar para você? E descobrir as coisas incríveis que você tem, e as coisas que é preciso mudar.

Investir em você mesmo, ter uma vida mais saudável. E uma vida melhor, uma vida mais feliz sem rejeitar o que você acha que não é bom. Mas, aceitando e transformando em um degrau, um patamar muito melhor. Porque eu desejo que a sua vida seja muito melhor. Então, abra o olho sim. Abra o olho para que o outro não te maltrate, abra o olho para se cuidar e assim também não maltratar o outro.