A oxitocina e a alquimia corporal

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Oxitocina o “hormônio do prazer”

Existem várias formas simples e naturais para que nosso corpo produza e libere a oxitocina porém, o orgasmo é um dos melhores e mais eficientes tratamentos reguladores das disfunções hormonais, contribuindo para produção e liberação deste e de outros hormônios responsáveis pelo equilíbrio e bem estar.

Conforme estudo publicado pela Universidade de Michigan, o orgasmo aumenta os níveis de estrogênio e libera oxitocina (ocitocina), reduzindo o cortisol. O cortisol é o principal hormônio do estresse elevado crônico, reduzindo em muito a qualidade de vida, principalmente nas mulheres.

Além da redução dos níveis de cortisol no sangue, os níveis de oxitocina (ocitocina) aumentam em 5 vezes após uma forte experiência orgástica. Níveis mais altos de ocitocina fazem a pessoa se sentir feliz, enquanto baixos níveis de ocitocina estão relacionados à depressão e a níveis mais baixos de hormônio tireoidiano. A oxitocina (ocitocina) também estreita a vinculação afetiva entre mãe e bebê e entre parceiros.

Embora seja referida normalmente como Oxitocina o “hormônio do prazer”, a oxitocina é cada vez mais vista como uma substancia química produzida pela glândula pineal (interior do cérebro, associada às emoções humanas) que se relaciona com muito mais do que juntar casais.

Nova investigação sugere que a oxitocina desempenha um papel crucial na criação, facilitação e fortalecimento dos nossos laços sociais com o próximo, mas também em nos ajudar com uma série de problemas psicológicos e mesmo físicos. Duma forma conceptual, esta hormona vem ganhando cada vez mais um estatuto de ingrediente fundamental do que nos torna humanos.

Eis 10 razões pelas quais a oxitocina é provavelmente a molécula mais incrível no planeta:

1. Fácil de obter

Uma das coisas mais curiosas sobre a oxitocina é que qualquer um de nós pode “obter” um pouco de oxitocina em qualquer altura e em qualquer lugar. Basta apenas abraçar alguém com vontade ou apenas cumprimentar. Estes simples actos de contacto pessoal são responsáveis pela libertação de níveis reduzidos de oxitocina – tanto a nós como a quem abraçamos. O melhor é que os efeitos desta substancia libertada perduram. Existem mesmo algumas provas que o simples acto de observar ou pensar em alguém com boas intenções pode também libertar oxitocina. E isto também acontece com os animais. Quando tratamos, brincamos, afagamos os nossos animais de estimação também libertamos oxitocina. Para aqueles ou que não produzem suficiente (ou pelo menos acham que), a oxitocina pode ser facilmente sintetizada e administrada como uma droga e com menos efeitos adversos que ansioliticos ou anti-depressivos.

2. Uma «poção de amor» por si só

Chamada com frequência de “molécula do amor”, a oxitocina está tipicamente associada à facilitação dos casais em estabelecer uma relação de intimidade e de ligação, juntamente com a dopamina e a norepinefrina. Mas não influenciam apenas a ligação, mas também o desejo e mesmo excitação sexual, ajudando os homens a manter por exemplo as erecções durante o acto sexual – grandes quantidades de oxitocina são libertadas enquanto o ser humano se encontra excitado sexualmente, principalmente durante um orgasmo. A sua prevalência após a libertação também explica a muito natural vontade de carinho e meiguice após o orgasmo.

3. Ajuda as mães a serem mães

Mas a oxitocina não serve apenas para a ligação entre casais. Esta hormona é parte indispensável para os partos e ligação entre mãe e filho/a. A oxitocina ajuda as mães durante o parto ao estimular e provocar as contrações uterinas (e é por causa disso que muitas vezes é administrada, como Pitocina) durante o trabalho de parto. Após o parto, as mães estabelecem espontaneamente uma ligação química de intimidade e de confiança com o seu bebé, tal é quantidade de oxitocina libertada e à solta no cérebro. A somar a isto, as mães passam oxitocina aos seus filhos pela amamentação, outro momento responsável pela libertação de grandes quantidades de oxitocina. Mas é importante também realçar que os pais podem também beneficiar desta hormona. Por exemplo, pais a quem lhes é administrado oxitocina pela via nasal ficam mais propensos ao encorajamento dos seus filhos à exploração enquanto brincam e verificam-se reduções na hostilidade.

4. Reduz medos sociais

Dada a sua habilidade em quebrar barreiras sociais, induzir sentimentos de otimismo, aumento de auto-estima e clima de confiança, a oxitocina é cada vez mais vista como desempenhando um papel importante para ajudar as pessoas a ultrapassar determinadas inibições sociais e medos. Estudos mostram que a oxitocina pode facilitar o tratamento de vergonha debilitante ou ajudar determinadas ansiedades sociais ou perturbações de humor. Pensa-se também que pode ser benéfica no tratamento de perturbações pós-traumáticas e na recuperação de “feridas” resultantes de relacionamentos danificados.

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5. Cura e alívio de dores

Espantosamente, a oxitocina tem também propriedades anti-inflamatórias o que lhe confere atributos para poder também utilizada no tratamento de feridas físicas. Estudos mostram também que um aumento nos níveis de oxitocina no cérebro possa também contribuir para a redução da sensação de dor – desde simples enxaquecas, cólicas ou dores generalizadas no corpo. Dito isto, um truque útil poderá ser: desenvolver alguma das actividades libertadoras da hormona quando se sente dor, embora saibamos o quão difícil isso é. E poderá ser aqui que entrará a sintetização de oxitocina.

6. Um apoio à dieta

Surpreendentemente, a oxitocina também pode ajudar a prevenir obesidade em algumas situações. Investigadores observaram que ratinhos com deficiências nos receptores de oxitocina desenvolviam obesidade mais tarde (mantendo uma alimentação normal). Cientistas acreditam que esta hormona pode ser também responsável por uma série de efeitos metabólicos favoráveis, seja nos ratinhos seja em humanos. Aliás, ao providenciar infusões de oxitocina aos ratinhos com deficiência nos receptores de oxitocina Moreover, o seu peso regularizou. Os ratinhos também demonstraram que reduzida intolerância à glucose e resistência à insulina

7. Um anti-depressivo

A ligação da oxitocina com a depressão foi evidenciada nos efeitos em mães com o síndroma pós-parto. Investigadores concluíram que algumas novas mães sofriam deste síndroma por terem libertados baixos níveis de oxitocina durante o trabalho de parto.
Estudos mais recentes de níveis de sangue e de factores genéticos em pacientes deprimidos revelaram alguma potencialidade da oxitocina no tratamento de depressões e perturbações de ansiedade.

8. Alívio do Stress

Após tudo isto, não é surpresa a relação entre a oxitocina e o alívio do stress. Este efeito é de alguma forma periférico, no entanto, tudo é bom quando nos permite aliviar de sensações de stress. Foi observada a possibilidade de reduzir o cortisol e baixar a tensão arterial e mesmo de facilitar a digestão (que é altamente influenciada por altos níveis de stress). Curiosamente, tanto oxitocina como receptores de oxitocina foram encontrados no trato intestinal.

9. Aumenta a bondade

Algo que tanto pode ser visto como algo bom e mau ao mesmo tempo, foi estabelecida também uma relação entre a oxitocina e o sentimento de generosidade nos humanos. Biólogos evolucionistas, particularmente aqueles que defendem a teoria do gene egoista, têm se debatido para perceber o porquê de em algumas situações, as pessoas darem apenas porque sim.
Muitas linhas de investigação estabeleceram forte relação entre a oxitocina e sentimentos de empatia. Num estudo que requeria que pessoas partilhassem dinheiro com um estranho, infusões de oxitocina revelaram que os sujeitos tornavam-se 80% mais generosas que sujeitos sobre o efeito placebo.

10. É o que nos torna humanos

Por outras palavras, com tudo o que mencionamos neste artigo torna-se claro que não seríamos propriamente humanos sem esta molécula. No entanto, convém salientar que enquanto que a oxitocina gera em geral confiança no grupo ou contexto em que inserimos, também pode produzir o sentimento contrário quanto aos grupos a que não pertencemos, deixando por isso de ser uma “droga perfeita” como em alguns casos é “apregoada”. Dito isto, a oxitocina desempenha um papel crucial no desenvolvimento da nossa habilidade de manter relacionamentos, permitindo-nos empatizar, confiar e mesmo amar-nos uns aos outros.

Fontes: iO9